Empreender no Sudoeste Goiano: Oportunidades e desafios para as mulheres

A presença de mulheres no mundo dos negócios tem sido impulsionada por diversos fatores, desde a necessidade de independência financeira até o desejo de transformar paixões em fontes de renda

Por Vivianne Oliveira, jornalista e empresária 

O empreendedorismo feminino tem crescido de forma significativa no Brasil, e no Sudoeste Goiano não é diferente. A presença de mulheres no mundo dos negócios tem sido impulsionada por diversos fatores, desde a necessidade de independência financeira até o desejo de transformar paixões em fontes de renda. No entanto, essa trajetória ainda é repleta de desafios que exigem determinação, estratégia e uma rede de apoio consolidada.

Goiás possui atualmente cerca de 350 mil mulheres empreendedoras, das quais mais de 55 mil geram empregos para outras pessoas. No estado, a média de idade dessas empresárias é de 40 anos, e grande parte delas atua no setor de comércio e serviços. No Sudoeste Goiano, essa realidade se reflete de forma expressiva, especialmente em cidades como Rio Verde, Jataí e Mineiros, onde há um forte crescimento econômico e uma demanda crescente por novos negócios.

A região tem como uma de suas principais forças o agronegócio, setor que movimenta bilhões anualmente. Entretanto, além das oportunidades nesse segmento, há também uma grande demanda por serviços especializados, tecnologia, educação e saúde. Mulheres empreendedoras que investem em inovação nesses setores encontram um mercado ávido por soluções diferenciadas. Nos últimos anos, o fortalecimento do comércio digital também abriu portas para que muitas empresárias expandissem seus negócios sem depender de um espaço físico tradicional.

Mas empreender não é apenas enxergar oportunidades, é também superar barreiras. Um dos grandes desafios enfrentados pelas mulheres da região está relacionado ao acesso ao crédito. Apesar de existirem linhas de financiamento específicas, muitas empreendedoras encontram dificuldades para conseguir capital de giro devido às exigências burocráticas e à falta de garantias solicitadas por instituições financeiras. Felizmente, iniciativas como o programa “Mulher Empreendedora” da GoiásFomento têm buscado mudar essa realidade. Em 2024, foram liberados cerca de R$ 24,9 milhões em financiamentos para empresas geridas por mulheres no estado, beneficiando mais de 600 empresárias.

Outro fator que pesa na rotina da mulher empreendedora é a dupla jornada. O equilíbrio entre as responsabilidades familiares e profissionais ainda é um desafio, principalmente para aquelas que são mães. A necessidade de gerenciar um negócio e, ao mesmo tempo, cuidar da casa e dos filhos exige uma organização impecável e, muitas vezes, a busca por apoio dentro da própria comunidade.

Além disso, as barreiras culturais e o preconceito ainda são uma realidade. Muitas mulheres precisam provar constantemente sua capacidade em um ambiente de negócios que, historicamente, foi dominado por homens. Contudo, essa realidade vem sendo transformada com o fortalecimento de redes de apoio e networking voltadas ao público feminino. Eventos, associações e grupos de empreendedoras têm se tornado espaços fundamentais para a troca de experiências e o fortalecimento dessas mulheres no mercado.

Para superar esses desafios, a capacitação contínua é uma das principais aliadas das empreendedoras. Investir em conhecimento, seja por meio de cursos, workshops ou mentorias, é essencial para manter a competitividade e inovar nos negócios. Além disso, a utilização de ferramentas digitais para gestão, marketing e vendas tem sido um diferencial para muitas empresárias que buscam expandir suas empresas de forma estratégica.

O empreendedorismo feminino no Sudoeste Goiano está em plena ascensão e representa não apenas um avanço econômico, mas também social. As mulheres que optam por empreender na região estão transformando o mercado, gerando empregos e criando oportunidades para outras pessoas. Apesar dos desafios, o cenário é promissor, e com acesso a mais políticas de incentivo, redes de apoio fortalecidas e a adoção de novas tecnologias, o futuro do empreendedorismo feminino na região tende a ser cada vez mais sólido e inspirador.

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